sexta-feira, 13 de maio de 2011

Educação: Professores de SC pedem o piso, Governo não aceita, e greve começa dia 18 de maio


É greve! É greve! É greve! Foi com esse grito que os quase 10 mil professores de Santa Catarina saíram nas ruas de Florianópolis, nesta quarta-feira, dia 11, após a decisão de greve a partir do dia 18 de maio. A categoria, depois de várias tentativas de negociação com o Governo do Estado, que começou no dia 07 de abril, resolveu decretar estado de greve a partir desta quinta-feira (12) em todo o Estado. O principal motivo para os educadores catarinenses chegarem ao extremo, foi motivada pela falta de acordo entre a categoria e a Secretaria de Educação sobre o pagamento do piso. De acordo com Lei Federal, nenhum estado da União pode pagar menos do que 1.167,00 reais para um professor, porém em SC o que foi determinado pelo Supremo Tribunal Federal, do pagamento imediato, ainda não aconteceu.

As aulas em todas as escolas públicas estaduais serão de 30 minutos a partir desta quinta-feira. Entre os dias 12, 13, 16 e 17 cada regional do Sinte/SC vai percorrer todos os municípios para esclarecer os professores dos motivos da greve. Depois disso, no dia 18, a educação pára por tempo indeterminado, até que o Estado apresente um plano para o pagamento do Piso Nacional. O que mais deixou a classe insatisfeita, foi quando, no dia da Assembleia Geral, realizada nesta quarta-feira, a diretoria do Sinte, recebeu um fax por volta das 11 horas da manhã, com algumas alegações do Governo para o não cumprimento da Lei.

No fax, lido para os mais de 10 mil professores reunidos no Centro de Eventos de Florianópolis, e assinado pelo secretário de Educação, Marcos Tebaldi, o Governo pedia "prudência" na hora de efetuar os pagamentos. O que gerou uma grande vaia dos profissionais. Além disso, Tebaldi ainda falou dos "prejuízos" para os alunos catarinenses e deixou claro que de princípio o Estado só irá regularizar a situação de 8 mil professores, esses que hoje recebem o piso de 609,00 reais e passariam receber os 1.187,00 reais. "E os outros quase 60 mil professores, com plano de carreira, ficarão sem ser assistidos?", questionou Luiz Carlos Vieira, secretário de Informação do Sinte/SC.

Abaixo alguns exemplos da tabela salarial:

Exemplo 01 (em vigência no SC)
Professor de Nível 1-A (Magistério - Segundo Grau): R$ 609,46

Exemplo 02 (piso do MEC)
Professor de Nível 1-A (Magistério - Segundo Grau): R$ 1.187,97

Exemplo 03 (piso proposto pelo CNTE e Sinte/SC)
Professor de Nível 1-A (Magistério - Segundo Grau): R$ 1.597,87*

*Valor corrigido depois dos dois anos de perdas, já que a Lei do Piso tinha sido votada pelo Congresso Nacional em 2008.

Mobilização é a maior realizada desde 1987

Segundo a organização do movimento em Florianópolis essa foi a maior mobilização dos professores realizada nos últimos 24 anos. O sentimento de descontentamento tomou conta dos discursos dos dirigentes e alunos que estavam presentes no manifesto. Uma das mais empolgadas e que levantou a categoria com palmas e gritos de "Greve Já" foi Cintia dos Santos, coordenadora do Sinte de Criciúma. "Começamos o ano sendo humilhados. Não quero saber da aonde o Colombo (governador de SC) vai arrumar o dinheiro, que vá pra China, mas que pague o nosso direito", fala inflamada a coordenadora.

Professores também procuram melhorar a qualidade do Ensino

O dia 11 de maio, também foi para que os educadores de todo o Brasil, discutissem sobre a qualidade do ensino e as condições de trabalho em todo o país. A categoria parou em todos os Estados para buscar melhor qualidade de ensino. Cerca de 1.500 professores estiveram no Congresso Nacional entregando um documento elaborado pela categoria onde aponta os vários problemas enfrentados pelos professores, além de várias soluções para cada um dos casos. Abaixo algumas das reivindicações:

1) Implantação do piso nacional aprovado pelo Congresso, com respeito ao plano de carreira, rumo ao piso do Dieese.
2) Pagamento do piso para os aposentados.
3) Revogacão da Lei dos ACT's.
4) Investimento de 10% do PIB em Educação.
5) Contra a privatização** da educação e da terceirização da merenda escolar.
6) Revisão da política de municipalização
7) Anistia das faltas da última greve.
8) Concursos públicos.
9) Plano de Saúde para ACTs e ATPs
10) Regulamentação da Lei 412/2008 que prevê o reajuste das aposentadorias por invalidez permanente.

** Os professores temem que com algumas propostas de municipalização, assim como, a terceirização da merenda escolar, o próximo passo para a Educação Pública, seja a privatização. Existe um proposta para que 25% das aulas do ensino médio, sejam feitas à distância, além do Governo Federal querer municipalizar a educação do Ensino Fundamental.


Foto site Terra (Fabrício Escandiuzzi)

PS: Postamos novamente a matéria que foi postada ontem (12), porque o material foi excluído depois que o Blogger começou a fazer manutenção do sistema.

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails