Artigo
Nossa cabeça não consegue parar um segundo se quer. Parece uma máquina que gira para todos os lados, com várias ideias, com vários sonhos, com muitos medos. Que nos sufoca, que nos deixa agoniados, fadigados. Sabemos que jovens entre 25 e 35 anos de idade sofrem com insônia justamente porque estão no seu auge da carreira profissional. Muitos estão descontentes com o que a sociedade lhes impõe, e acabam se submetendo a empregos que nada mais são do que um mero caixa para terem dinheiro para pagarem suas faculdades, suas festas.
E do que vale tudo isso? Somos uma ferramenta presa dentro de nossas cabeças que pulsa por criatividade. Que quer colocar para fora tudo o que está dentro de nós, mas não encontramos espaço para isso. Somos amordaçados, engessados por um mercado de trabalho que nos impõe regras arcaicas, onde temos que cumprir horários, bater cartões e nos submeter a algum coordenador, chefe ou pau mandado qualquer para que tenhamos garantias de que estaremos naquele emprego no próximo mês.
Eis que vem a angústia: Quem sou? O que eu quero da minha vida? Quero sumir? Estou infeliz? Não me sinto satisfeito com isso? E como agir? Não temos como correr disso. Ao menos se largamos tudo e viver de esmolas pelas ruas, ou cortando gramas na casa de amigos mais próximos. Plantar alfaces no quintal de casa e criar galinhas para sobreviver. Mas, será que isso é o suficiente?
Passamos noites em claro analisando nossas vidas. Perdemos o sono! Tentamos todos os meios para que possamos dormir. Leituras! Internet! Conversas com amigos on-line! Chás calmantes e até remédios tarjas pretas para conseguirmos ter uma noite de sono completa. Mas, no outro dia, acordamos com aquele vazio no peito e com a certeza de que nada mudou.
Sumir? Para onde? Eu pensei um dia em pegar uma mochila, colocar umas quatro calcinhas, um moletom e um protetor solar dentro dela e me jogar para Amsterdã. Sei lá! Lavar pratos e viver de bolo de haxixe. Viver sem precisar ter de me preocupar com a conta da água que está para vencer ou com o salário insuficiente para manter-me com dignidade.
Talvez lá eu possa ser eu mesma. Sem máscaras, sem precisar ser aquilo que eu não quero ser somente porque a sociedade me exige isso. Queria poder ter esta coragem. Mas, ainda não tenho. Vejo amigos, talentosos, crucificados atrás de mesas de algum escritório qualquer sofrendo com o cotidiano, se lamentando, e em plena segunda-feira cansados de uma semana que nem ao menos começou.
E... Lá vem a maldita insônia! Que nos pega de jeito, e nos joga na lona sem fazer muito esforço. Corroendo nossas mentes, nos fazendo acreditar que somos uns fracassados. Que não temos competência para mudar a nossa dura realidade. Conflitos estes que nos são impostos desde criança, onde nossos pais nos exigem que temos que ser melhores do que eles, que temos que fazer a diferença. Só nos faltam colocar bandeiras em nossas mãos e nos falarem que somos um elo de salvação do Planeta.
Mas... Não! Por favor! Somos humanos. Queremos apenas ter paz e sermos felizes do jeito que somos, sem termos que provar nada para ninguém. Queremos apenas fazer a diferença em nossas próprias vidas. E a dos outros, que eles se preocupem com elas.
Este artigo é dedicado a todos os amigos que observo que, assim como eu, sofrem com insônia e com o medo do fracasso!
Por,
Maíra Rabassa
Jornalista SC 1886
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Artigo: E essa maldita insônia...
Editora Blog
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6 comentários:
Gostei do artigo. retrata a realidade mesmo!!! Estou nessa fase e aí esta tudo explicadinho.
bjs
Muito bom.Eu sou um desses que tem a cabeça a todo vapor.Deito e lá vem os medos me atormentar.Lá vem as contas,as cagadas que fiz na vida e que estão me fazendo sofrer agora.Enfim,se tiver que fugir pra bem longe que seja bem acompanhada.Conta comigo.
Parece uma epidemia! Estamos todos doentes para termos sucesso! Mas por quê? Por que nos exigimos tanto? Em quem nos espelhamos para sermos tão exigente com nós mesmos não é? Quem impôs isso para nós? Dá vontade de gritarrrrrrrrrrrrrrrrrr! Não é mesmo?
E complicado principalmente nos dias de hj corrido e estressante aonde nos sobra pouco tempo pra lazer e pra dormir e quando vamos dormir mais um tempao pra pegar no sono, nem assistindo filmes chato da madruga as vezes vem o sono heheheeheh!!!
Mais um artigo muito bem escrito.
Parabéns Maíra, pois retratas em seu blogger assuntos pertinentes e corriqueiros em nosso cotidiano.
Leio e recomendo a todos.
Bem assim mesmo... A gente deita e a cabeça não pára um minuto sequer... Pensa, pensa, pensa... E o medo do fracasso então? O tempo passa, a idade vai chegando e este medo só aumenta. Acho que precisamos é de analistas, pra aprendermos a lidar com esta ansiedade toda! Beijos
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