A saúde pública no Brasil é uma vergonha. Disso não temos dúvidas. Basta lermos as matérias, assistirmos os telejornais, que vemos esta anarquia instaurada com o dinheiro público. Os desvios de verbas, a falta de respeito e o descaso que é dado para os pacientes que precisam do atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). E isso é em toda a rede, sejam nos postos de saúde, nos hospitais públicos ou naqueles credenciados pelo sistema. E a culpa é de quem? Do povo? Do doente? Abaixo o desabafo de uma mãe diante o desgosto de precisar do atendimento público. A cabeleireira, Deise Duarte, precisou desembolsar recursos para poder ter seu filho atendido pelo hospital, caso contrário, ela teria que enfrentar uma longa fila de espera, confira:
"Há cerca de 50 dias meu filho de 9 anos quebrou o braço. Levei-o até o Hospital Santa Catarina onde recebeu um eficiente atendimento, que com uma radiografia constatou a fratura e orientada pelos profissionais do Sta. Catarina fui para o Hospital São José. Chegamos ao São José por volta das 18h40min e lá fui informada que a consulta no Hospital Infantil ali não era válida e que eu precisaria aguardar na fila para que o plantonista pedisse a imobilização, no "SISTEMA" do HSJ. Às 22 horas, desisti do atendimento pelo SUS e paguei pela imobilização. Em 15 minutos, resolvi o problema. Envio esse E-mail para ressaltar a precariedade da saúde pública e principalmente,o descaso das autoridades. Usei as redes sociais para fazer reclamações e após minhas menções ao Prefeito no Twitter, o assessor do prefeito entrou em contato comigo a pedido de contatos em comum, prometendo dar atenção ao caso. Enviei também um E-mail para a Secretaria de Saúde e para a Ouvidoria da cidade, sem qualquer retorno. Eis que por fatalidade, ontem, meu filho caiu sobre o braço recém fraturado e voltou a quebrá-lo. Na volta ao Hospital hoje, a situação se repete. Um descaso, um despreparo, respostas prontas e ridículas. O problema pode ser administrativo, como alegou assessor, mas eu elejo representantes para que viabilizem uma maneira administrativa que me garanta uma vida decente. OBRIGADA pela atenção" (Deise Duarte, 30 de março de 2011).
2 comentários:
Caso lamentável mesmo, mesmo sendo uma profissional da área da saúde, tenho que concordar com o desabafo da cidadã. É incrível como muitos não sabem diferenciar a falta de recursos (sejam humanos ou físicos), de falta de educação, respeito, ética e humanização. Não creio que o problema principal seja o administrativo, e sim o caráter profissional assumido pela equipe frente a essas situações. Muito mais que bons profissionais na prática, os profissionais devem ser bons seres humanos, e compreender a sua colocação nesse mundo. Ninguém é obrigado a ser médico, enfermeiro, escolhe-se. Se não está contente, escolha outra coisa pra fazer e deixe quem realmente ama o que faz trabalhar e fazer a diferença. Muito mais que uma mudança política, precisamos de uma mudança de valores, ninguém consegue chegar bem a alvo nenhum, se não tiver um bom sistema de valores e princípios arraigados dentro de si. Abraços!
Olá Mônica! Obrigada por sua colaboração ao tema. Realmente, falta sensibilidade dos profissionais da saúde. Não estou generalizando, mas os bons, pagam pelos maus. Infelizmente! Já fui atendida muitas vezes pelo SUS, quando tive crises crônicas de amigdalite, e nem ao menos o médico olhou nos meus olhos, ou tirou minha temperatura, nada. Nem falar eu conseguia, haja vista o tamanho da inflamação, quem falou por mim foi minha mãe, e o médico, ali, na minha frente, com a cabeça baixa, olhando pra um papel, e escrevendo não sei o que!!! Falta mais trato com o paciente... Falta humanidade! Afinal, falamos de vidas. Quando alguém procura um médico, não é porque ele está feliz (só se tiver grávida), mas sim porque está com algum problema que precisa de uma solução. E quando se depara com um profissional que nem ao menos olha para você, é algo que nos deixa muito desanimados!!!
Saúde Pública é uma vergonha!
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