Artigo
Parar em sinaleiras, saídas de loterias, palmas na frente de sua casa é sinal de que poderás encontrar o novo profissional do mercado informal: O Pedinte! Já tentou oferecer para ele um tanque de roupas para lavar ou então um prato de comida? Sabe o que irás ouvir: Não! Preciso de dinheiro!
Mas, todos nós precisamos de dinheiro, e nem por isso vivemos de esmolas de pessoas de boa fé. O mais interessante disso é que existem fatos engraçados de situações que nos vendem como trágicas. O cidadão entra em um escritório, com aqueles famosos cartões de “surdo e mudo”. Logo, você já vai pegando sua carteira, achando que poderá salvar uma alma [a sua, na verdade]. De repente, uma lata de lixo vira sem querer e faz aquele barulho. E a reação do “surdo”: Um pulo de susto! Susto?
O outro diz que está desempregado, que a mulher está doente e que tem um filho pequeno. Te pede dinheiro para comprar um gás de cozinha. Você não tem dinheiro, mas lhe oferece comida, já que estão com dificuldades. O que você ouve: “Não. Não preciso”. Não precisa? Você sai da loteria, depois de pagar suas contas e jogar na mega [naquela esperança – que não morre nunca – de que irá virar milionário]. Na saída um cidadão dizendo que está sem comer o dia todo e te pede uma moedinha.
O que sobrou das contas, uns R$ 0,50, você saca de sua carteira e oferece ao faminto, achando que irá contribuir para acabar com a fome mundial. Depois de algumas voltas, encontra o esfomeado fumando um cigarro, e fazendo banca. Cigarro? E têm aqueles que fazem mais bonito. Vão para a fila do FGTS, de banho tomado, barba feita, e dizem que precisam de dinheiro para pagar os remédios. Mas tinha pro presto barba?
Façamos aqui um desafio: Ao invés de dar dinheiro, dê o que o cidadão está pedindo. Sério! Faz o teste, e depois nos conte. Se tiver mesma sorte que nós, irá ter uma bela surpresa como a que tivemos acima. Achou que as histórias eram fictícias? Não! Mais real impossível. Fatos verídicos, para deixar qualquer roteirista de filme de ficção na sola do sapato.
Esmola dá dinheiro, e não é pouco. Já soube que teve gente que até carro comprou. Alguém pode nos dizer em quais as sinaleiras rola uma gorjeta polpuda? Estou pensando em mudar de área de trabalho!
Por,
Maíra Rabassa
Jornalista Diplomada
SC 1886
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Profissão: Pedir esmolas!
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3 comentários:
Pois é,antigamente apareciam umas crianças com um carrinho de mão pedindo comida pelos bairros.Quando o carrinho não estava cheio eu até dava uma coisa,escondido da mãe.Mas hoje eu não dou nunca.Dou 10% de gorjeta para os garçons porque eles trabalharam,mas dar dinheiro de graça nem a pau.
Oi Maira,
É tão complicado, né.
Sábado eu fui na padaria e tinha duas crianças, bem sujas, mal vestidas, com uma moça na mesma situação.
os 3 estavam comendo pão e tomando suco, que a proprietária da padaria havia dado.
Logo que chegamos eles terminaram e sairam.
Sentamos perto de uma porta e o menino que acabara de sair retornou, nos pedindo um pacote de chips.
Aí vc pensa: Chips?!
Pô! Posso até dar um pão, mas ele tinha acabado de comer. Mas pedir chips?
Não é desaforo?
É.
Não. Não é.
Era só uma criança, que da mesma forma que a minha filha, tem vontade de comer chips, bala, refri.
Então eu devo dar?
Não. Não devo.
Ele vai crescer acostumado a pedir e ganhar. Como os pais.
Sem precisar trabalhar.
Nossa! Realmente, muito complicado.
Parece até que não tem solução.
E pra quem nem acredita em rezar, fica mais difícil ainda.
Bjnho
Ajudas como estas são apenas paleativos para que as famílias busquem uma solução definitiva de suas situações. Não quero generalizar, em dizer que todo pedinte é safado. Mas, muito, muito deles, simplesmente avaliam ser mais confortável viver de esmolas do que lutar para conseguir um lugar ao sol. E enquanto ficarmos passando a mão na cabeça, e sendo paternalistas, eles nunca irão resolver as suas vidas. Sim, Maitê, é muito complicado mesmo!
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