segunda-feira, 10 de maio de 2010

Do Leitor: Carta de um filho!

Mãe, daqui onde eu estou sinto uma enorme saudade de ti. Gostaria de telefonar felicitando-te pelo teu dia, mas não posso... Gostaria de correr para os teus braços, afagar teus cabelos, beijar-te minha querida “velhinha”, mas não posso...

Gostaria passear junto a ti, de mãos dadas pela Calle Florida; depois, ver-te com papai dançando aquele tango de Gardel. Gostaria de oferecer-te um lindo jantar com cristais da Boêmia, onde entonaríamos canções sobre este dia, mas não posso...

Mamãe, não consigo esquecer esses teus maravilhosos olhos verdes, o teu andar de bailarina tcheca e aquele sorriso de Gioconda. Não esqueço também o quanto criticava teus sábios conselhos, exigindo coisas mesquinhas para satisfazer minha comodidade, porém, sempre recorria ao teu “colinho” nos momentos mais difíceis.

Admito, hoje, minha irresponsabilidade e tenho consciência dos transtornos que causei. Lembro-me do dia em que soltei os cachorros no namorado da mana, quando coloquei pimenta no bolo de chocolate e, na tarde ensolarada em que urinei no coquetel de maçã.

Mamãe, sei que quando deparas com minha fotografia, lágrimas te embaçam o olhar e rolam pela tua face, não te tortures, não és culpada. Na noite que “peguei” a Mercedes do tio Milan, saí correndo, aborrecido e pensativo, pelas ruas da cidade e estradas da “vida”, realmente, nunca pensei quantos danos iria causar a família.

Perdoa-me...

Mamãe, a culpa não foi somente minha, creio que também foi do motorista do caminhão - não lembro muito bem depois o choque. Mamãe, gostaria de te pedir perdão pessoalmente e gritar ao mundo que te amo, mas não posso... pois estou “noutra”.

Assinado: Carlos Eduardo Kovak de Garcia(morto em acidente rodoviário no trecho não duplicado da BR-101, no ano de 2003)


E-mail remetido pelo Leitor: Magno Kucera (Consultor de Marketing)

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